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25 de Abril de 2024

Policiais têm treinamento sobre como reagir durante folga; SP teve 5 casos com diferentes desfechos

Agentes da Polícia Federal, Militar e Civil recebem orientação sobre como usar e portar a arma quando não estão trabalhando.

há 6 anos

Na última semana, policiais fora de serviço se envolveram em ações com criminosos com diferentes desfechos. Foram pelo menos cinco ocorrências de policiais militares, civis e federais que se se viram em situações de confronto armado em São Paulo desde sábado (12).

Segundo as corporações, os policiais recebem treinamento para identificarem quando devem ou não devem agir, mesmo fora do serviço.

"Os policiais civis e militares, em folga ou não, têm treinamento para atuar em situações que envolvam a proteção de suas vidas ou de terceiros, fazendo a análise de risco para cada situação, solicitando apoio quando possível ou reagindo quando o perigo é real ou iminente", diz nota da Secretaria da Segurança Pública.

No primeiro caso, uma PM reagiu a um assalto em frente a uma escola em Suzano, culminando com a morte do suspeito. Na segunda (19), um delegado da Polícia Federal foi morto quando dois assaltantes invadiram a sua casa no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo.

Sobre o caso do delegado morto em SP durante o assalto, a Polícia Federal informou que “todo policial federal recebe treinamento adequado de como proceder em situações de conflito”, mas que devido à natureza de suas ações, não pode comentar treinamentos e técnicas.

Já nesta quinta-feira (17) houve mais três casos, sendo que um deles envolveu um policial civil que estava jantando com amigos em uma padaria quando houve um assalto. Um amigo do policial acabou morto.

Houve ainda duas ocorrências de PMs que reagiram a tentativas de assalto - uma delas na Zona Oeste e outra, na Zona Sul. Nas duas últimas, os PMs não saíram feridos, mas os ladrões foram baleados.

A cabo Kátia da Silva Sastre de Toledo, de 42 anos, que matou o bandido em frente à escola em Suzano recebeu um treinamento específico para enfrentar situações de risco em momentos de folga no começo de abril. Ela e cerca de 300 policiais do 4º Batalhão de Ações Especiais, na Zona Leste de São Paulo, participaram de um treinamento específico para enfrentar situações de risco em momentos de folga. Durante três dias, a tropa, sem farda, se revezou para práticas de duas horas com simulações de abordagens de criminosos em saída de bancos, na chegada a casa de carro ou caminhando em uma calçada.

De acordo com o coronel José Vicente, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, os policiais recebem orientação sobre como proceder nas situações em que haja risco e estejam à paisana, por estarem armados. A Constituição Federal prevê que eles possuem direito ao descanso e, por isso, não são obrigados a atuar quando estiverem fora do serviço, explica José Vicente.

“Na hora de folga, fica a critério dele, então ele pode agir como achar que está melhor e vale que vale a pena, porque tem que defender a sua vida”, diz o oficial. “Em São Paulo, o Estado deixa a arma permanentemente com o policial, para ele se defender na sua vida pessoal, só não pode fazer outros tipos de trabalho, como bico, com a arma”, explica ele.

Além do Método Giraldi, um treinamento que simula um teatro em que o policial é submetido a diversas situações de estresse para aprender a agir em casos no dia a dia, os policiais de São Paulo possuem ainda orientações e informações sobre cuidados para o uso da arma na vida pessoal.

“O policial recebe dicas de cuidados sobre como guardar a arma, em que circunstâncias usar, como não deixar ao alcance de pessoas que possam pegar, como crianças, e não sacar em locais com muitas pessoas, como dentro de um ônibus e uma danceteria, para preservar a vida dele e das demais pessoas”, afirma o coronel.

Segundo o Fórum de Segurança Pública, no caso dos civis, pessoas armadas têm 56% mais chances de serem mortas em situações de risco.

'Depende do momento'

No caso do delegado da PF que foi surpreendido em casa por dois ladrões armados, o especialista aponta que “é muito difícil um policial sozinho se libertar de dois, estando em uma situação desvantajosa”.

“Neste caso, depende muito da análise dele do momento, porque o policial sempre tem o risco de ser identificado. E ele sabe que, se identificado, vai ser morto pelos criminosos. Assim, cabe a ele no momento, perceber quando e como agir”, diz o especialista.

“A ideia de ‘nunca reaja’ é uma ideia falsa. O policial sabe que vai ser fuzilado se o ladrão perceber que ele é agente do Estado e tem que lutar pela vida dele. E como lutar numa hora destas? Até fugir há a possibilidade, se ele estiver em uma situação muito desvantajosa ou com risco”, afirma ele. “Cada caso [de reação de um policial] é uma situação diferente, não se pode comparar”, defende o ex-secretário.

Só em 2017, foram mais de 60 policiais mortos no estado de São Paulo, sendo cerca de 70%, em folga. Em 2018, já são mais de 30 policiais mortos, informa o ex-secretário.Ponta da linha

O consultor em segurança do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, professor Rafael Alcadipani, pede uma política de estado para acabar as mortes. "Estamos deixando os caras da ponta resolver a questão da segurança no desespero. O que está faltando é política pública do governo do estado para diminuir a vitimização policial”, defende ele.

José Vicente salienta que o fato de estarem havendo diversos casos com ações de policiais à paisana reflete o crescente número de armas de fogo disponíveis nas ruas. “Temos um problema sério de distribuição de armas, como as que são furtadas ou desviadas de empresas de segurança, e também um sistema judiciário que liberta os criminosos com progressão da pena rápida. O crime de porte ilegal de arma é afiançável, por exemplo. Precisamos de medidas mais rígidas legais para punir este tipo de delito”, defende.

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Fonte: G1

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