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19 de Abril de 2024

Pela primeira vez na História, advogada transgênero faz defesa perante o STF

Advogada representa a ONG Dignidade

há 7 anos

Pela primeira vez na Histria advogada transgnero faz defesa perante o STF

Pela primeira vez na história do País, uma advogada transgênero fez uma sustentação oral nesta quarta-feira, 7, perante os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Negar a uma pessoa o direito ao nome e a expressão da sua dignidade é negar o direito de existir. Requer-se à Vossas Excelências, portanto, que não nos neguem esse direito”, declarou a advogada Gisele Alessandra Schmidt.

Gisele representa a ONG Dignidade, que atua no processo que discute a possibilidade de transexuais mudarem seu gênero no registro civil sem a necessidade de realização de cirurgia de mudança de sexo. Hoje, o plenário do STF voltou a debater o caso, porém o julgamento foi adiado pela segunda vez e os ministros apenas ouviram as posições de advogados. Não há previsão para uma nova análise do processo.

“Como tudo na vida das pessoas trans é extremado, comigo não poderia ser diferente. Esta é a primeira sustentação oral que eu faço nos meus dois anos de advocacia e ela acontece justamente na Suprema Corte do nosso País. Sinto que estou fazendo história, mas se estou aqui perante vossas excelências é porque sou uma sobrevivente”, disse Gisele, lembrando casos de preconceito e transfobia no País.

Durante a sua sustentação, a jurista declarou que não realizou a cirurgia para a mudança de sexo por “não considerar que uma parte de seu corpo a define enquanto mulher e por não ter a mínima estrutura ou coragem para realizar um procedimento tão invasivo que poderia colocar a sua vida em risco”.

Ela também defendeu que o “vácuo normativo” no ordenamento jurídico brasileiro sobre a possibilidade de mudança de sexo para pessoas trans as deixa suscetíveis a toda sorte de interferências, condicionamentos e dificuldades para conquistarem o direito da mudança de prenome, o que muitas vezes nem chega a ocorrer ao final dos processos judiciais de acordo da interpretação do magistrado.

“Muitas vezes se nos permitem mudar o prenome, não nos permitem mudar o designativo de sexo. Temos que obter um laudo médico que ateste termos um transtorno mental. Somos ouvidas pela Justiça, também são ouvidas testemunhas e nossas memórias são escrutinadas através de fotografias que demonstrem ser quem dizemos ser. Tudo para provar que nossa identidade não é um delírio”, afirmou Gisele.

Entenda o caso

Na ação em análise no STF, um transexual recorreu contra decisao do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) da mudança de feminino para masculino na identidade, mesmo sem a cirurgia, desde que constasse também que se tratava de uma pessoa transexual.

No recurso, o transexual diz que a Constituição Federal rechaça preconceitos de sexo e quaisquer outras formas de discriminação. “O que se busca é um precedente histórico de enorme significado e repercussão, não só jurídica, mas também de inegável repercussão social”, diz a peça.

O TJ-RS, por sua vez, alegou que mandou inserir a condição de transexual seguindo princípios da publicidade e da veracidade dos registros públicos, “pois estes devem corresponder à realidade fenomênica do mundo, sobretudo para resguardo de direitos e interesses de terceiros”.

Fonte: Jornal de Brasília

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43 Comentários

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Queria saber o que há de relevante em uma notícia como essa. Algum transgênero, homossexual, foi impedido de fazer algo? Há diversos que atuam não só na advocacia, mas em todas as outras profissões. Se querem acabar com a discriminação, parem de falar nela. continuar lendo

Perfeito o comentário!! Notícia totalmente sem lógica, aliás, apenas mais mi, mi, mi e vitrinismo!! continuar lendo

Gostei do comentário . A bicharada quer ser vítima . Não precisa . Todos nós respeitamos suas posições e participações . Gostam de dar notícias apenas para aparecerem na mídia . Mas na realidade toda a sociedade aceita . Mas por favor sejam discretos para respeitarem a minha privacidade para que eu respeite a sua . continuar lendo

PS : o que tem de tão especial uma transgênero fazer uma defesa no STF ? continuar lendo

PARABÉNS à nobre colega de profissão. O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo por transfobia, um ranking macabro que, em pleno 2017, nos envergonha deveras. Para quem viu sua excelente sustentação oral perante à Suprema Corte do país, pôde perceber sua lucidez, sua perfeita oralidade e oratória, bem como sua inegável inteligência e conhecimento jurídico. Uma profissional competente e capaz, assim como alguns poucos Advogados que conseguem chegar ao STF e realizar uma sustentação oral em defesa de causa. Infelizmente, em se tratando de transexuais, casos como o da Drª Gisele são raros e esporádicos, pois não as encontramos nos bancos escolares, nas faculdades, ou, por vezes, no seio de suas próprias famílias, pois a rejeição social que as vitimam colocam-nas à margem social, sobrevivendo, muitas vezes, às custas da única saída que lhes restam: a prostituição. PARABÉNS DOUTORA, e muito sucesso em sua carreira profissional. continuar lendo

https://impresso.dm.com.br/edicao/20150112/página/5
não, o Brasil nem de longe é um dos país que mata travestis e transexuais,
essa ideia NÃO encontra respaldo na realidade continuar lendo

Qual é a origem de sua afirmação? Apresente a origem e metodologia da pesquisa!! O Brasil não é homofóbico, no Brasil, todos morrem, sejam negros, brancos, gays, héteros etc... Vivemos em guerra civil!! Chega do politicamente correto, do vitimismo e da divisão!! Somos todos brasileiros que sofremos todos os dias o descaso e a inércia daqueles aos quais elegemos!! continuar lendo

@khayteprofeta
Concordo com Khayte Profeta, em números absolutos podemos ter um índice muito alto, pois não são muitos os países com igual ou maior número de habitantes.
Em números relativos, não os conheço, não devemos estar tão mau assim; afinal diversos países da Africa e Oriente Médio principalmente, têm legislação e cultura predominantemente favorável à eliminação letal de homossexuais. Asim para ser imparcial teríamos que considerar o número de vítimas por 100 mil habitantes.
Infelizmente o link postado por Khayte não abre para uma data tão antiga, creio que talvez só esteja disponível a longo prazo para assinantes.

Este é um assunto muito doloroso para os que nele estão envolvidos, descontando-se o superlativo, entendo o elogio de Bianca Figueira à pessoa de Gisele Alessandra Schmidt como muito adequado e justo. continuar lendo

Muito legal, isso prova que o Direito está no caminho da evolução, ótimo exemplo da Suprema Corte. continuar lendo

Nobres colegas, nada contra a opção sexual do profissional. Por outro lado, concordo com alguns, não vi nada demais neste caso, concordo com o colega Bruno Oliveira, existem outros atuando em varias áreas, conheço juízes, promotores, advogados, jornalistas e demais outros profissionais iguais ao apresentado no texto. Trata-se de uma matéria sensacionalista e totalmente desmedida de cunho promocional. Como se o caso fosse, uma coisa de outro mundo. Sempre existiu homossexuais na advocacia, no judiciário, nas promotorias e em todos os ramos profissionais que não tiveram este destaque promocional. Ora, todo este alarde porque um profissional da advocacia que trocou de genitália fez uma sustentação oral no STF, tenha a santa paciência, o exame da ordem deveria se preocupar com coisas mais importantes. continuar lendo

Prezado Colega, Euclides Araujo.
Concordo em gênero, número e grau.
É caso sem nada de mais a acrescentar, nada de excepcional.
O ponto ai neste caso, é o titulo, que é para chamar a atenção, fora isso, nada de mais, o profissional, seja ele quem for, seja o sexo que for, seja o transgênero que for, fez o que faz pra viver, para ganhar a vida.
Ademais, ninguém viu isso.
Começaram citar um monte de poesia, que não tem em nada a ver com a realidade do caso.
Faça-me um favor pessoal, prestem a atenção e não se deixem levar por títulos de posts que induzem a uma demanda de mensagens pessoais sobre coisa alguma que aconteceu.
Espero mais dos colegas do que isso.
VAMOS QUE VAMOS!!!!!! continuar lendo

Primeiro as pessoas podem fazer o que quiserem de acordo com a sua vontade.
segundo dizer que ele não é ela . nunca pode ser considerado Fobia.
opinofobia nunca em uma sociedade democrática e cientifica continuar lendo