OAB repudia declaração em novela da Globo de que advogado é "trambiqueiro"
Para Claudio Lamachia, a fala "ofende explicitamente toda a classe da advocacia".
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O presidente da OAB, Claudio Lamachia, enviou ofício ao diretor de dramaturgia Silvio de Abreu em repúdio a declaração de um personagem da novela global Sol Nascente.
Em capítulo exibido no dia 3/2, o personagem Gaetano, interpretado pelo ator Francisco Cuoco, disse que "advogado e contador é tudo trambiqueiro". Veja a cena:
http://www.youtube.com/embed/yg7TcLBalTI
No ofício, Lamachia afirma que, apesar da liberdade artística e de expressão, a declaração "ofende explicitamente toda a classe da advocacia".
"A afirmação em tela revela-se também ofensiva à Ordem dos Advogados do Brasil, instituição que ao longo da história republicana brasileira desempenhou e continua a desempenhar papel fundamental e funções relevantes em prol da cidadania, da democracia e do estado de direito."
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Ofensa aos contadores
O Conselho Federal de Contabilidade também enviou ofício à TV Globo. "É muito perigoso que um veículo de comunicação de massa, como a Rede Globo, entre nas casas das pessoas e reproduza, por meio de seus programas, generalizações equivocadas que atingem a conduta e a dignidade de centenas de milhares de profissionais."
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Fonte: Migalhas
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70 Comentários
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É uma frase comum, repetida pelo povo também para os corretores de imóveis, onde me enquadro também.
E daí?
É só uma novela retratando a vida.
Mas, e as ações da OAB para afastar de seu quadro os profissionais trambiqueiros?
Onde está?
OAB, CRECI, CRM, etc...etc...etc... continuar lendo
E os vários que exercem indevidamente. continuar lendo
Boa pergunta. O que tem de advogado trambiqueiro que recebe o seguro DPVAT no lugar da vítima, que cobra valores exorbitantes das famílias de detentos com a promessa que os mesmos irão ficar livres, neste caso todos sabem é impossível conseguir e eles usam o sofrimento das famílias para de certa forma extorquir dinheiro. Enquanto houver estes picaretas isto será ouvido. continuar lendo
Gostei da esperteza de alguns. Se ficassem quietos seria somente uma fala que passou despercebida de grande parte da sociedade, e que só as mentes mais privilegiadas, em seu deleite com as traumatologias, teriam percebido.
Agora com esse movimento, todos irão dar razão ao personagem do Francisco Cuoco. Parabéns a OAB e ao CRC. continuar lendo
É meu caro José Roberto,
Em breve não se poderá mais falar nada.
Será que a carapuça serviu em alguém?
Se em novelas e em filmes, o personagem não pode ser qualificado ou desqualificado por qualquer motivo que seja, então não é uma novela, é um TELE JORNAL. Aí sim responderia por suas opiniões e comentários, por tratar-se de pessoas reais, sendo então um ato criminoso. (arts. 138, 139, 140 do Código Penal)
Se for dito por exemplo: políticos ladrões e canalhas; também não pode?
Ah meu pobre "portugueis"! continuar lendo
Ricardo:
Eu conheço tantos advogados nota 1000 que desconsidero qualquer gravidade nessa fala da novela. continuar lendo
José Roberto, com a devida vênia, não concordo contigo, pois, se existem maus profissionais na Advocacia, na Contabilidade, Corretores, ou qualquer outra organização de trabalhadores e profissionais liberais, não dá a ninguém, menos ainda aos órgãos de comunicação, o direito de atacar a todos de forma generalizada.... Caso os Corretores de imóveis sejam assim atacados, o CRECI tem o dever de se manifestar com veemência.... Ora, não é porquê há maus corretores e, esses são as exceções, que vamos aceitar ofensas generalizadas.... É através dessas novelas direcionadas para a submissão geral, num processo de globalização, de poder único que, estamos mergulhados de cabeça para baixo no mais profundo poço, prestes a sermos soterrados... continuar lendo
Hidelbrando:
Veja que no meu comentário eu não considero como sendo um ataque da Globo à profissão e sim, uma novela repetindo um dito popular e por isso, sem essa conotação agressiva.
Evidente que caso se tratasse de um ataque direto, a OAB deveria se pronunciar. continuar lendo
Concordo José Roberto, infelizmente a OAB, tanto as seccionais, quanto a OAB nacional nada fazem para fazem para afastar ou coibir as práticas malandras dos seus inscritos, que não são poucas, isso traz a má fama para toda classe; denúncias são totalmente desmerecidas pela OAB.
Porém, não me preocupo pessoalmente com as falas por aí, pois desenvolvo meu trabalho de acordo com a ética concernente à profissão. continuar lendo
Gfc Assessoria:
A qualidade de cada fruto, modifica o sabor do suco. continuar lendo
Boa tarde sr. José.
Sobre o tema, discordo de seu posicionamento. Acredito que a OAB age corretamente em defender a classe, independentemente de outros problemas.
A grande massa populacional que forma o senso comum, infelizmente, molda sua convicção sem qualquer critério. Tudo torna-se uma fonte de informação "confiável", desde as "fofocas" com a vizinha, até aquilo que se assiste em frente à televisão, independentemente se é mero entretenimento fugaz e inútil.
Ou seja, ainda que se trate de uma afirmação feita por um personagem que supostamente retrata a parcela medíocre da população, na mente de quem não tem qualquer educação, tal estereótipo torna-se verdade.
Este é o tipo de estereótipo que deve ser sempre combatido. No Brasil não temos apenas mulheres prostitutas, os cariocas não são todos envolvidos com tráfico de drogas, a proximidade de uma pessoa à política não o torna corrupto, e nem todo advogado é "trambiqueiro".
Por fim, destaco, ignorar um problema em razão da existência de outros, não é um atitude inteligente. Não se pode deixar de prender pichadores por existirem agressores; e não se pode deixar de prender agressores por existirem homicidas.
Medidas punitivas severas contra os profissionais que infringirem as normas aplicáveis devem ser adotadas, sem dúvidas. Mas sua carência não serve como justificativa para a conivência com a desmoralização da classe, ainda que de forma sutil. continuar lendo
Felipe:
Sem duvida lhe cabe o direito de discordar e respeito que assim o faça.
A OAB age corretamente, mas desnecessariamente nesse caso em minha opinião. continuar lendo
É sério isso?
Eu pago uma anuidade extorsiva para a Guilda ficar defendendo meu ofício de comentários feitos por personagens de novelas da Globo? continuar lendo
Nobres Colegas, não entendo a sociedade civil que se diz organizada, ultimamente tornou-se comum, para não dizer moda, marginalizar a profissão de advogado e/ou outro colega de profissão liberal. Sou consciente que existem alguns profissionais que denigrem a imagem da classe. Agora, generalizar, atribuindo qualificações pejorativas a uma classe, é uma atitude totalmente temerária e desvirtuada da realidade. Não se pode olvidar, todos, cedo ou tarde, irão precisar de um advogado, seja dativo, público ou particular. Agora, antes de contratar, aconselho a pesquisar a vida profissional do mesmo e procurar saber sua especialidade profissional, isto também aplica-se, na contratação de qualquer classe profissional para um serviço. Ultimamente, a bola da vez, esta sendo o advogado criminalista, pois defendem pessoas acusadas da prática de crimes de colarinho branco e/ou de crimes comuns, delitos que saturaram a paciência dos membros da sociedade, nem por isso, deve-se a marginalizar o advogado, pois somos essenciais no desenvolvimento do direito, da justiça e garantidores que ocorra o devido processo legal em favor dos réus e demais outros que necessitarem demandar ou que seja demandado no âmbito do Poder Judiciário e outras áreas. A OAB, agiu de forma acertada ao defender a classe e repudiar esta ofensa proferida na seara dramatúrgica, pois temos que conter esta marginalização do advogado. Puna-se, aqueles que desviram-se da sua conduta profissional prevista em lei. Não olvidem, somos um dos pilares essenciais do Estado Democrático de Direito. Vale destacar, uma obra fictícia pode interferir e/ou induzir, a criação de uma tendência ou comportamento no meio social de forma positiva ou negativa. Ficar em alerta, nunca é demais. continuar lendo
inclusive. continuar lendo
Por isso que o país só retrocede. Se a OAB não sabe a diferença de ficção e realidade, quem saberá???? continuar lendo
Já ouviu falar em formadores de opinião, César? Pois a novela é um veiculo onde bordões "pegam" e são repetidos à exaustão. Prevenir é sempre bom. Será que gostariam se alguém dissesse em público que o "pessoal da TV" é tudo drogado e homossexual? Estereotipo. continuar lendo
Desculpe, sou advogada e fico muito triste em ver que a nossa classe leva essa fama, apesar da equivocada generalização, entendo que se fosse mentira, não iria colar.
Falo em relação à classe de advogados, pois não conheço a essência das demais. continuar lendo
Não é tão simples, meu amigo.
Estamos sofrendo uma estratégia de desmoralização deliberada.
O objetivo é simples, ninguém precisa levar a sério o integrante de uma classe desmoralizada, se formos coniventes ou passivos, ninguém considerará nossos argumentos denunciando eventuais injustiças ou atos arbitrários praticados pelos demais integrantes do sistema jurídico-legal.
Fruta podre existe em qualquer caixa, mas ninguém joga a caixa inteira fora ou diz que nenhuma fruta daquela caixa presta.
Não podemos nos calar. continuar lendo
Cesar Monteiro, se na sua opinião, a OAB não sabe diferenciar a realidade da ficção, acha mesmo que o público que assiste as novelas saberá?
Acho mais provável moldarem a convicção de que aquela informação é verdade, do que questionarem de forma sensata sobre a generalização da acusação. continuar lendo
A OAB precisa cobrar é respeito e profissionalismo dos advogados, só assim a classe voltará a ter o merecido respeito. continuar lendo
O mérito do assunto em si dispensa comentários, mas apenas descontraindo, convenhamos, o ofício da OAB ficou bem melhor elaborado. continuar lendo
Mas o do CFC foi mais incisivo. continuar lendo
OK Felipe, o ofício da OAB ficou bem elaborado, e ai?
Não entendi até agora a importância dessa nota de repúdio, pois é a única coisa que a OAB faz pelos seus inscritos, REPUDIAR e mais nada!!!!!!! continuar lendo
Bom, "GFC Assessoria", temos em mãos um tema extremamente delicado, mas juro que pensei que ao menos entre advogados não seria necessário tal esclarecimento, contudo, "vamos lá".
O problema do senso comum popular atribuir o exercício da advocacia à pessoas de má índole é inegável. Basta acessar qualquer página de notícias onde haja espaço para comentários e logo vemos frases como "todos advogados mentem e manipulam", "advogado de bandido, é bandido também", e etc.
O discurso do personagem da novela foi evidentemente inadequado, ofensivo e temerário. Destaco especialmente o temerário, pois a grande massa populacional que forma o senso comum, infelizmente, molda sua convicção com "fofocas" e com aquilo que assiste em frente à televisão, independentemente se é mero entretenimento fugaz e inútil.
Ou seja, uma afirmação desprezível como aquela, na mente de quem não tem qualquer educação, torna-se verdade.
Neste contexto, a OAB precisa se manifestar, evidentemente. O problema é, como?
Qualquer ato realmente impositivo, como uma demanda judicial que imporia a obrigação de desagravo, seria imediatamente e severamente acusada de "censura" pelos meios de comunicação e aquela dita massa populacional criaria ainda mais aversão à classe.
Note que a OAB valeu-se de grande cautela quando cita "Não obstante o alcance da liberdade artística e de expressão [...]". Contudo, vivemos em uma sociedade educacionalmente fraca, onde a liberdade de expressão não sabe ser utilizada, e sua limitação é para muitos "uma ofensa às liberdade individuais".
Ou seja, ainda que a fala do personagem esteja além dos limites da liberdade de expressão, tal acusação seria imediatamente associada à censura, e como eu disse, criando ainda mais aversão à classe.
Dessa forma, não são adequadas medidas repreensivas, mas sim medidas preventivas. A nota de repúdio da OAB não afastará a ofensa anterior, mas certamente reduz as chances de que volte a acontecer, ou ainda, talvez provoque até alguma demonstração de estima e consideração no futuro.
Espero que eu tenha me expressado de forma clara, demonstrando os riscos caso a OAB tomasse alguma atitude enérgica.
Por fim, destaco a premissa mais antiga que existe quando se trata de conflitos sociais: "Combate-se a violência utilizando a educação, não mais violência". continuar lendo