Operação Lava Jato: entenda o caso

Operação Lava Jato é o nome que se deu à maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro, ainda operante, no Brasil.

O nome foi escolhido porque as quadrilhas usavam uma rede de lavanderias e postos de abastecimento para movimentar e lavar dinheiro obtido de forma ilícita.

Dividida em fases, a primeira delas foi deflagrada em 17 de março de 2014 pela Justiça Federal de Curitiba, em que quatro facções criminosas foram investigadas e processadas, cujas lideranças contavam com doleiros e operadores do mercado paralelo de câmbio.

A partir de provas obtidas e acordos de delações premiadas, o Ministério Público pode chegar ao conhecimento de um gigantesco esquema de corrupção envolvendo a maior empresa estatal do país, a Petrobrás.

Foi descoberto que o esquema criminoso de corrupção já dura há mais de 10 anos e envolve as maiores e principais empreiteiras brasileiras, as quais pagavam propinas milionárias aos altos escalões da estatal e nomes importantes da política do Brasil.

Tais propinas milionárias têm seus valores estabelecidos em até 5% de contratos e licitações bilionárias que já estão superfaturadas.

Até o momento, calcula-se que o montante desviado da Petrobrás chegue perto de R$3 bilhões. No entanto, estima-se que o valor total desviado dos cofres da estatal esteja próximo dos R$40 bilhões. Dentro desse valor, R$10 bilhões equivalem ao valor de propinas pagas.

Fases da Lava Jato

• Em 2014 (fases 1 a 7)

Ao todo, foram sete fases de março a dezembro deste ano. Foram emitidos inúmeros mandados de busca e apreensão, prisões temporárias, prisões preventivas e conduções coercitivas, que culminaram nas seguintes prisões:

- Alberto Youssef (doleiro).

- Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobrás).

- João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado.

- Presidentes e diretores de empresas como Construtora OAS, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, IESA Óleo & Gás, Queiroz e Galvão e Engevix.

Nesse ano também foram instauradas a CPI da Petrobrás e a CPMI no Senado.

• Em 2015 (fases 8 a 21)

Foram 14 fases que resultaram nas seguintes prisões:

- Nestor Cerveró (ex-diretor da Petrobrás).

- O engenheiro Zwi Sckornicki foi apontado como um dos operadores de todo o esquema de corrupção.

- Dário Querioz Galvão (sócio da Galvão Engenharia).

- Guilherme Esteves de Jesus (operador).

- André Vargas (ex-deputado).

- Leon Vargas (ex-deputado).

- Luiz Argolo (ex-deputado).

- Élia Santos da Hora (secretária de Luiz Argolo).

- Pedro Corrêa (ex-deputado).

- Ivan Mernon da Silva Torres.

- Ricardo Hoffman.

- João Vaccari Neto (tesoureiro do PT).

- Marice Correa de Lima (cunhada de Vaccari Neto).

- Milton Pascowitch.

- Marcelo Odebrecht (presidente da Odebrecht).

- Otávio Azevedo (presidente da Andrade Gutierrez).

- Márcio Faria (diretor da Odebrecht).

- Rogério Araujo (diretor da Odebrecht).

- Alexandrino Alencar (diretor da Odebrecht).

- José Luiz Zelada (ex-diretor da área internacional da Petrobrás).

- Othon Luiz Pinheiro da Silva.

- Flávio David Barra.

- José Dirceu.

- Luiz Eduardo de Oliveira e Silva.

- Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura (lobista).

- Celso Araripe.

- Roberto Marques (ex-assessor de José Dirceu).

- Olavo Horneaux de Moura Filho.

- Júlio César dos Santos.

- Pablo Alejandro Kipersmit.

- Alexandre Romano (ex-vereador PT).

- José Antunes Sobrinho (executivo da Engevix).

- Roberto Gonçalves (ex-gerente executivo da Petrobrás).

- Nelson Martins Ribeiro (operador financeiro).

- José Carlos Bumlai.

• Em 2016 (fases 22 – 30, até o momento)

Nesse ano, a principal manobra da operação Lava Jato foi a investigação do Instituto Lula e sua ligação com a Construtora Odebrecht. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seus dois filhos e Paulo Okamotto, seu amigo, foram alvos de investigações que ainda estão em andamento.

A 30º fase da Operação Lava Jato foi deflagrada em 24 de maio e continua em andamento. Até o momento, as fases do ano de 2106 culminaram nas seguintes prisões:

- João Santana (publicitário).

- Raul Schmidt Felippe Júnior (operador financeiro).

- Ronan Maria Pinto (dono do jornal O Diário do Grande ABC e outros).

- Silvio Pereira.

- Gim Argello (ex-senador).

- João Cláudio Genu (ex-tesoureiro do Partido Progressista).

As investigações da Operação Lava Jato apresentam desdobramentos quase que diariamente. Atualmente, elas continuam a se desenrolar na 1ª Instância e no Supremo Tribunal Federal.

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Fonte: Blog. ExamedaOAB. Com